outubro 10 2018 0Comentário

Alto risco e fraca demanda freiam novos investimentos da construção civil

O índice de confiança da construção civil apresentou queda de 3,5 pontos percentuais em agosto, em relação ao mesmo período do ano anterior. As expectativas dos empresários do setor foram novamente abaladas pelos indicadores de demanda prevista e de tendência dos negócios, que recuaram 3,2 e 3,7 pontos percentuais, respectivamente. A capacidade instalada também registrou declínio de 0,76 pontos, em comparação a julho. É o que aponta o último boletim Construção Civil do Ceper/Fundace, com base em dados do BACEN, IBGE, FGV e FipeZap.

Grande parte dos lançamentos nos últimos doze meses (74,4%) foi de empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). No acumulado das vendas, os residenciais MCMV tiveram um crescimento de 24,8%, enquanto o segmento médio e alto padrão contabilizou retração de 3%.

No país, o estoque mensal de crédito e financiamento imobiliários não esboçou reação. No comparativo entre os meses de junho de 2018 e junho de 2017, ocorreu uma queda de 4,03% nas operações de crédito e 4,08% nos financiamentos imobiliários. Seguindo a tendência nacional, o estado de São Paulo contabilizou trajetória decrescente. Houve redução de 1,70% nas operações de crédito e retração de 5,08% nos financiamentos imobiliários. A região de Ribeirão Preto teve declínio de 3,48% no crédito mas, por outro lado, exibiu aumento de 2,10% nos financiamentos imobiliários.

Dos 20 municípios analisados no levantamento, 11 apresentaram quedas nominais nos preços dos imóveis no acumulado em 12 meses encerrados em agosto. Os piores desempenhos foram do Rio de Janeiro (-4,24%), Niterói (-3,30%) e Santos (-2,07%). Nenhuma alta de preços, sendo a maior verificada em São Caetano do Sul (2,94%), superou a inflação acumulada no período (4,29%). O valor médio dos imóveis no Brasil foi de R$ 7.529/m². O Rio de Janeiro teve o m² mais caro (R$ 9.494), seguido por São Paulo (R$ 8.796) e Distrito Federal (R$ 7.788).

“As dificuldades a serem enfrentadas logo no início do novo governo – que pode não ter força política e apoio social para aprovar as reformas necessárias de estímulo aos investimentos – tendem a manter o País em um cenário de estagnação, o que irá dificultar ainda mais a retomada da construção civil”, avalia o pesquisador do Luciano Nakabashi, responsável pelo estudo, desenvolvido em conjunto com a pesquisadora Lorena Araújo.

Os dados completos do Boletim Construção Civil podem ser acessados no site da Fundace.

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