Na hora de financiar sua casa própria, você de tem de escolher um sistema de pagamento: tabela Price ou SAC. Mas o que eles são? Qual a diferença? Qual a vantagem e a desvantagem de cada um? Qual é o mais barato? Antes de financiar, entenda o que é cada sistema, a seguir.
O que é a tabela Price e o SAC?
Tabela Price (Sistema Francês de Amortização) e SAC (Sistema de Amortização Constante) são formas de amortização de financiamento a longo prazo, pagas ao banco ou à construtora na hora de financiar a compra de um imóvel.
“São dois cálculos distintos que determinam de que forma o comprador do imóvel irá pagar [amortizar] o empréstimo que ele fez para este fim. Nestes dois sistemas, será definido o valor da parcela mensal a ser paga”, explica José Masini, planejador financeiro pela Planejar.
Bruno Zilberman Vainer, advogado especializado em relações de consumo e sócio do escritório Vainer & Villela Advogados, diz que tanto o SAC como a tabela Price vão reduzindo o saldo devedor, parcela a parcela, para que, ficando menor, haja menos juros.
Qual a diferença entre tabela Price e SAC?
A diferença entre tabela Price e SAC está na forma e rapidez de amortização (diminuição gradativa da dívida).
Isso afeta tudo, como o valor das parcelas e a quantia total de juros. No SAC, as prestações são mais altas no início e menores no final porque há amortização mensal do valor financiado. O valor da parcela vai caindo, da primeira até a última, porque há uma diminuição progressiva dos juros.
Na tabela Price, as parcelas começam mais baixas, mas são fixas durante todo o período de financiamento.
Qual a vantagem da tabela Price e do SAC?
Masini diz que essa escolha é sempre do comprador. Deve-se optar pela forma de pagamento que mais se adequa à realidade financeira, escolhendo o fator de correção (TR ou IPCA) que julgue mais econômico no momento da assinatura do contrato do financiamento.
Já Vainer afirma que, quando se necessita de financiamento, o melhor a fazer é sempre optar pelo prazo mais curto possível, para pagar menos juros. Nos financiamentos imobiliários, paga-se juros sobre o saldo devedor. Por isso, quanto mais amortização, menos o comprador desembolsa com juros.
Para ele, se o comprador pagar uma prestação maior no início, será mais vantajoso.”O sistema SAC (Sistema de Amortização Constante) é preferível à tabela Price porque representa uma economia de cerca de 10%, em média. A vantagem da tabela Price é que a parcela inicial é, normalmente, bem menor. No entanto, pelo SAC, apesar de as parcelas serem maiores no começo, há uma amortização maior da dívida, que leva a uma economia significativa no final”, diz Vainer.
Compare os dois sistemas no quadro abaixo: num financiamento de R$ 200 mil em 20 anos, a prestação do SAC começa R$ 439 mais cara, mas o valor total pago no final é quase R$ 30 mil mais baixo.
Existe outra correção das prestações de um financiamento?
Em agosto de 2019, a Caixa anunciou uma nova linha de crédito para a casa própria, com juros entre 2,95% e 4,95% ao ano, mais a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Esse novo modelo está disponível somente para novos contratos e pode ser usado para financiar até 80% do valor de imóveis novos e usados, com prazo de até 360 meses.
O valor da prestação será corrigido mensalmente e geralmente utiliza-se o sistema SAC. Neste caso, percebe-se que o valor da parcela pode diminuir ou não ao longo do tempo, pois depende da trajetória da inflação. Na tabela Price, a correção pelo IPCA descaracteriza totalmente o conceito de parcelas fixas.
Como exemplo, considere o mesmo valor de R$ 200 mil financiado em 20 anos, com taxa anual de juros de 4,95% e uma estimativa de IPCA de 4%. Vale reforçar: trata-se apenas de uma simulação, pois é impossível prever a trajetória da inflação por um período tão longo.
Financiamento de R$ 200 mil em 20 anos, juros de 4,95% ao ano e correção pelo IPCA (estimativa de 4% ao ano).
Como simular um financiamento?
É possível fazer simulações de financiamentos com a tabela Price e o SAC em sites de bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander.